sábado, 21 de maio de 2011

O Sol brilha e dá beleza ao rio,

O perfume das mais variadas flores pairam no ar,

As notas harmoniosas do canto dos pássaros e das rãs penetram no corpo e na mente,

E os pensamentos e emoções começam a pairar no ar…

De repente aparece um Javali

Castanho-escuro,

Com olhos esbugalhados,

Dentes grandes,

E sujo.

Isto é um animal secular!!!!???

Não!

Nada é o que parece…

Tudo são máscaras!!!

Quando exposto à luz do dia o verdadeiro rosto da besta surge.

As marcas profundas esculpidas no rosto castanho-escuro reflectem uma suavidade serena de uma alma acesa.

Os olhos esbugalhados na realidade espelham ternura, carinho, amizade, honestidade, compaixão…

O olhar é mais que um abraço, afectuoso, um incentivo, um carinho para a alma.

Os dentes grandes reflectem uma beleza especial que transcende o físico.

Afinal,

o que importa o que esta esculpido no ser!!!

Se a verdadeira beleza esta para além da besta.

quinta-feira, 31 de março de 2011

(...)
Diz o principezinho:
- Ando à procura de amigos. O que é que «estar preso» quer dizer?
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu – disse a raposa. – Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
- Laços?
- Sim, laços – disse a raposa. – Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me prenderes a ti, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo…
[...] se tu me prenderes a ti, a minha vida fica cheia de Sol. Fico a conhecer uns passos diferentes de todos os outros passos. Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve para nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo…
[…]
Foi assim que o principezinho prendeu a si a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! – exclamou a raposa – Ai que me vou pôr a chorar…
- A culpa é tua – disse o principezinho. – Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te prendesse a mim…
- Pois quis – disse a raposa.
- Mas agora vais-te pôr a chorar! – disse o principezinho.
- Pois vou – disse a raposa.
- Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! – disse a raposa. – Por causa da cor do trigo…
(...)
(Texto d'O Principezinho, de A. de Saint-Exupéry)